Negócios em Pauta: Profissionais debatem educação continuada em Estrela
26 de Outubro de 2017
"É possível uma educação descontinuada?". Essa foi uma das muitas reflexões propostas pela diretora do Senac Lajeado, Etiene Azambuja, em sua explanação durante o oitavo workshop do projeto Negócios em Pauta, realizado nesta quarta-feira (25) em Estrela. A atividade abordou a necessidade de qualificação constante e discutiu formas de sensibilizar empresários e colaboradores sobre a importância da educação continuada. Participaram do debate a coordenadora do Núcleo de Educação Continuada da Univates, Bernardete Cerutti, e os diretores da Rola Moça, Alexandre Dullius, da Poolseg, Ervino Scheeren, e da Capital Verde, Raquel Winter.
Mencionando que a educação continuada traz consigo a ideia de que nunca é tarde para aprender e que sempre há algo novo a ser aprendido, Etiene afirmou que a busca pela evolução permanente é justificada pelas oportunidades de colocação profissional, rápidas mudanças no mercado, questões tecnológicas e satisfação pessoal. "Ninguém imagina que vai nascer e morrer fazendo a mesma coisa ou do mesmo jeito. O mundo já nos mostrou que isso não é possível", afirmou. Para ela, dentro das empresas todas as etapas da gestão estão vinculadas ao desenvolvimento das pessoas e por isso a relevância da educação corporativa. Etiene descreveu que, em se tratando de qualificação, existem três perfis de organizações: aquelas que não investem no aperfeiçoamento interno e sempre buscam novas opções no mercado; as que oferecem momentos formais de aprendizado, mas que não conseguem transformá-lo em conhecimento coletivo; e as que proporcionam o desenvolvimento dos colaboradores e revertem isso em benefício próprio.
Apesar dessas diferenças, de acordo com Raquel, cada vez mais as empresas têm compreendido a riqueza de possibilidades com as quais é possível desenvolver a educação corporativa, percebendo que ela é uma construção de conhecimento relacionada ao desenvolvimento de competências humanas, quer seja nas atividades profissionais ou na carreira pessoal. Ao admitir que "precisamos sair do paradigma de que a educação continuada está associada a programas de treinamento e capacitação", ela garantiu: "Não dá para pensar em educação continuada sem ter um laboratório de inovação dentro do negócio".
Trazendo uma visão mais acadêmica, Bernardete concordou que os empresários estão percebendo a necessidade de desenvolver as pessoas, mas ponderou que, antes de trazer consultores externos, eles devem considerar os talentos internos e permitir que compartilhem e multipliquem seus conhecimentos. Diante da declaração de Raquel de que a prática se aprende na prática, Bernardete comentou que o assunto é uma preocupação constante das instituições de ensino, as quais vêm desenvolvendo em sala de aula metodologias mais próximas e ativas. Acerca do debate sobre a educação organizacional, ela alertou que a preparação individual para um mercado extremamente competitivo e globalizado não é de responsabilidade do empregador: "Cada pessoa tem que entender que não é a empresa que precisa desenvolver a carreira dela".
Já na contabilidade, o tema educação continuada não é novidade. Prestigiando o evento, o contador Elson Bender lembrou que o Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul (CRCRS) instituiu na década de 90 ciclos de cursos e palestras em todo o Estado, visando a qualificação da atividade. Presidente do Sincovat, Rui Mallmann citou o desafio diário de se fazer novas obrigações acessórias e concluiu: "Nós não temos outra alternativa a não ser fazer educação continuada durante todo o dia, senão nossos clientes nos atropelam".
O Negócios em Pauta é uma realização do Sincovat em parceria com o jornal A Hora. O próximo workshop está agendado para o dia 22 de novembro, em Teutônia, e abordará o tema "Fidelização: como manter os clientes e os colaboradores?".
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